Um país soluçante

Soluço, segundo a Wikipedia, é “um fenômeno reflexo, que se manifesta por contração espasmódica e involuntária do diafragma, prosseguida de movimento de distensão e de relaxamento, através do qual o pouco ar que a contração forçara a entrar no estômago é expulso com um ruído característico.

O Brasil está sendo governado aos soluços, há tempos

O Brasil está sendo governado aos soluços, há tempos

Costuma ocorrer geralmente após a ingestão de líquido ou sólido. Geralmente é benigno e autolimitado, mas pode ser sintoma de uma doença crônica e necessitar de tratamento. Apesar de relatos anedóticos, o soluço em si não é fatal. O soluço benigno que geralmente sofremos, pode ser resolvido com a interrupção do ciclo respiratório segurando por alguns segundos a respiração. Fazendo isto, o diafragma será forçado a voltar a funcionar juntamente com a respiração e o soluço passa, mas pode continuar a ocorrer em alguns casos”.

O Brasil está sendo governado aos soluços, há tempos. Temos planos de governo e não uma estratégia para o País, um norte. Não temos Missão e muito menos Visão. Quem dirá questões como objetivos, metas… Com relação à indicadores, quando avaliados (por institutos internacionais, diga-se de passagem), temos baixos desempenhos, pois, nestes casos, o que é avaliado é o comportamento através dos tempos, não a situação sintomática, até para que se tenha um comparativo com outras nações que, lamentavelmente, agem como nosso país neste sentido.

Um exemplo prático deste comportamento soluçante do Brasil é a atual política de desoneração da carga tributária deste ou daquele setor. Não seria mais correto realizar um estudo sobre a extensa e onerosa carga tributária e realizar uma REFORMA (com todas as letras maiúsculas) que orgulhasse Governo e povo? Em que todos saíssem ganhando?

Empresas brasileiras gastam 108 dias de trabalho para organizar o pagamento dos impostos, enquanto os países mais desenvolvidos, esse trabalho se executa em 6 dias. Isso quer dizer que, no Brasil, praticamente 33% de um ano é gasto em organização de tributos. Fora os dias “investidos” para a quitação, o pagamento destes. E vemos a arrecadação subir constantemente.

Este ano, viu-se a arrecadação de impostos atingir a marca de R$ 500 MILHÕES (R$ 0,5 BILHÃO) 15 dias antes de no ano passado. Isso indica, de três, pelo menos uma variável: ou o brasileiro está comprando mais, o que gera mais impostos arrecadados, ou os preços estão maiores, gerando a maldita inflação (que em alguns momentos e em certos índices é bom para um país, pois denota excesso de demanda e poder de compra real) ou que os impostos estão mais altos, mais onerosos.

Não consigo acreditar que a primeira situação esteja se realizando, não com todas as notícias que são publicadas relativas ao consumo no país.

O que pode (e deve) estar acontecendo é uma conjuntura dos últimos dois fatores, o que é um perigo para a população, a economia e o país.

Governantes, atentem para a necessidade de se haver um planejamento de longo prazo, uma visão empresarial para o Brasil, uma meta, que será cumprida, não importando esta ou aquela legenda que esteja no poder.

O Brasil precisa de planejamento e, por que não, este processo devesse começar pelo povo, no município. Um comitê é formado e elabora-se o planejamento da cidade para os próximos 30 anos. Então, não se escolhe o político que tem o melhor discurso – e acaba retornando ao governo do soluço – mas o que melhor se adapta à necessidade do município naquele momento.

Uma utopia, que poderia ser levada adiante. Eu topo. E você? Vamos juntos solucionar o problema dos soluços do Brasil, antes que se torne um problema crônico?

Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.

Publicado originalmente no Farol Comunitário