É facilmente notável que novos modelos de negócios estão surgindo e os exemplos são os mais variados, em diversos setores, sendo os mais mencionados a plataforma Uber (a maior empresa de transporte de pessoas do mundo, sem um carro sequer), a cadeia de streaming Netflix (maior locadora do mundo, sem uma única locadora física) e a rede de hospedagem Airbnb (a maior rede hoteleira do mundo, sem um único apartamento seu).
Se, de um lado, existem estas empresas, de caráter disruptivo, que contestam o status quo das empresas tradicionais de seus ramos, de outro tem-se um modelo de análise de viabilidade de negócios arcaico e não válido para estes negócios.
Academicamente falando, os indicadores mais utilizados para a análise de viabilidade de um negócio são o VPL (Valor Presente Líquido), a TIR (Taxa Interna de Retorno) e o Payback.
Dada a reduzida estrutura necessária para se manter estes negócios operacionais, estando a maioria dos custos deles nos agentes que os operam fisicamente (os motoristas do Uber e os locadores do Airbnb, por exemplo), os resultados dos índices mencionados anteriormente serão – salvo raras exceções – absurdamente altos, justificando favoravelmente o investimento neste ou naquele negócio que se encaixe em um modelo disruptivo.
Cheguei a esta reflexão ao corrigir um TCC de uma aluna que analisou a viabilidade econômica – nos velhos e acadêmicos padrões – de um negócio do ramo de confecções, porém em um modelo novo.
Claro que a aluna não considerou diversos fatores (despesas com publicidade e/ou distribuição, por exemplo) na elaboração de seu trabalho que, de certa forma, impactam reduzindo os resultados destes índices, mas sempre cabe a reflexão, dado o alto índice de TIR alcançado (aproximadamente 3.000%).
É necessária a readequação dos velhos padrões e índices da administração financeira e engenharia econômica aos novos modelos de negócios. Oportunidade para acadêmicos de todos os níveis se debruçarem e desenvolverem análises práticas que melhorem e aperfeiçoem os atuais modelos matemáticos utilizados para analisar previamente a chance de sucesso de projetos.
Qualquer dúvida, entre em contato.
É o caso de se pensar que os modelos atuais em todas as áreas estão praticamente em extinção. Área social e governo são duas que devem passar por profundas alterações. E a “divisão” deve deixar lugar para a interconexão. Bela reflexão.