Estes três termos têm causado muitos problemas, em diversas esferas no Brasil. No trânsito, morrem tantas pessoas quanto em uma guerra anualmente, empresas morrem por incompetência e todos, e cometem-se pequenos delitos diariamente por conta da impunidade.
Sem fazer muito esforço, percebe-se que, os três fatores andam juntinhos, não atuam isoladamente, um complementa o outro.
No trânsito, a imprudência do excesso de velocidade, a incompetência dos limites do veículo que se está conduzindo e a impunidade aos contraventores colaboram com a excessiva quantidade de famílias que são destruídas anualmente. E não somente as famílias do imprudente e incompetente, mas, também, a do outro lado que, por muitas vezes, é a que mais sofre.
Como já disse em outro post (sobre a redução da idade penal), as pessoas cometem delitos por acreditarem na impunidade, na incompetência dos setores envolvidos no combate ao crime.
Temos um dos maiores índices de perda de matéria prima na construção civil do mundo, por incompetência das pessoas envolvidas no processo (do pedreiro ao engenheiro), pela imprudência na hora da contratação e pela impunidade tanto pelos consumidores – que pagam o preço do desperdício, sem questionar os valores envolvidos –, nem pelos órgãos competentes, que deveriam fiscalizar e penalizar este desperdício insustentável.
E posso enumerar exemplos em diversas áreas, como medicina, esportes, educação, mas vou me ater a somente mais um, para fazer o elo com minha área de atuação, a administração de empresas.
Empresas, sejam elas públicas ou privadas, devem(riam) ter um administrador à sua frente, uma pessoa competente o bastante para tomar as decisões e orientar as pessoas da equipe quanto à condução das atividades internas. Mas, o que se vê, na verdade, são pessoas cheias de boa vontade – claro – mas não específicas da administração (nem da área em questão, nas empresas públicas), o que levanta o ônus da incompetência, da falta de preparo. Esta falta de preparo, leva à imprudência, de “ajeitar” uma coisa aqui, fazer um “esquema” ali, postular um “chuncho” acolá. E isso em todos os tamanhos de empresa, de todos os setores, sem exceção.
Quem sabe, se houvesse fiscalização orientativa – não punitiva – mais ferrenha pelos CRAs do Brasil nas empresas, maior vontade por parte de empreendedores em ter em seu quadro funcional um administrador ou, pelo menos, de ter um administrador responsável, que o orientasse, já seria um grande avanço ao Brasil, que possui tão boas faculdades, que formam, anualmente, milhares de administradores, que nem sempre fazem sua filiação ao Conselho.
Reflita: o quanto você está sendo imprudente? Que atividades você executa sem perfeição por incompetência? E por que você toma essas atitudes? Não é pelo sentimento de impunidade? Pela praticamente certeza de não ser punido?
Possuímos leis para tudo, sentimo-nos ofendidos quando ela não é cumprida, mas, quando temos que segui-las, damos um jeitinho.
Vá entender…
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Publicado originalmente no Farol Comunitário