Planejamento no Brasil?

É realmente tão difícil fazer um planejamento estratégico para uma nação?

É realmente tão difícil fazer um planejamento estratégico para uma nação?

Invariavelmente, todos os sites de gestão empresarial, grandes e pequenos, de grandes grupos da mídia ou aceleradoras de startups e incubadoras, dizem que é imprescindível ao empresário/empreendedor realizar o Planejamento Estratégico de suas ações e, por conseguinte, o Plano de Negócios e Plano de Ação. Mas o Planejamento no Brasil é fato ou mito?

E há, pelo menos nas empresas privadas, a intenção e o esforço em se elaborar os planejamentos estratégicos e os planos de ação. Mas, e então? A gestão pública brasileira, que controla grande parte do cenário em que a organização está inserida, colabora com a execução deste plano? As empresas consegue, minimamente, colocar o plano em ação, sem haver uma grande interferência por parte de agências reguladoras, economia, política e legislação, para nos atermos aos cenários mais envolvidos/relacionados às instituições públicas.

O que acontece no Brasil é uma afronta à gestão empresarial. Dependendo do humor com que o Ministro da Economia acorda, há aumento ou diminuição de tributos, taxas e alíquotas. Conforme a boa vontade do Ministério do Trabalho, temos mais ou menos benefícios aos colaboradores.

A presidência, por decreto, tenta acabar com a pobreza, baseada na distribuição de “bolsas” que mascaram os indicadores internacionais (IDH, principalmente), para ilusoriamente, dizer que o Brasil vai bem. Mas como disse Fabio Barbosa no TEDx São Paulo/2009: “Não podemos estar indo bem em um país em que tudo vai mal”.

E, em sua palestra, ele disse coisas que já não são tão verdadeiras assim – e só se passaram 4 anos. A inflação foge do controle, os gastos com a Copa do Mundo estão chegando a patamares exorbitantes – pelo menos em estádios, uma vez que em infraestrutura, pouco (ou nada) se fez ainda – e nem se fala em Olimpíada ainda, pois, NÃO HÁ PLANEJAMENTO NA ESFERA PÚBLICA.

O orçamento 2013 da união foi votado com 70 dias de atraso (passados 20% ou 1/5 do ano em exercício), obras são feitas e refeitas à torto e à direito, sem se pensar na sequência necessária, no impacto que gerará na vida de quem ali mora/investe.

Leis são criadas e alteradas, sem que ninguém mais consiga entender a barafunda por trás de tamanha legislação. Uma lei diz que se deve agir de uma determinada forma e outra diz que não. Não há uma coisa que em publicidade se chama “identidade visual”, que pode ser traduzida como “identidade corporativa” ou “identidade governamental”.

O Brasil vive de soluços que duram 4 ou 8 anos (ou nem tanto), dependendo se há reeleição do presidente ou não. E mesmo havendo, trocam-se ministros e, ao se trocar pessoas, novas ideias e conchavos são necessários/feitos. Não há um plano para o Brasil. O que há são planos de governo, baseados não em estratégias, mas em táticas e operações, o que não cria diferencial competitivo para a nação. Não há visão holística, nem preocupação com as consequências futuras.

Em algumas conversas e reuniões, defendemos a “reformatação” do Brasil, como nos idos dos anos 1990, em que, quando um computador começava a “encrencar”, entrava-se no modo MS-DOS do sistema e se digitava no prompt: FORMAT C: /s/q e se reinstalava tudo, o que dava novo fôlego ao computador e, também, ao usuário.

Em nossa análise, o computador é o governo e o usuário somos nós.

Empresas e investimentos estão se tornando ingerenciáveis – muito pesados, onerosos. Planejamentos estratégicos são jogados no lixo. Não há estabilidade. O Brasil é um país estavelmente instável.

E isto afasta investidores e empresários. Está sendo muito mais fácil (e válido) ser funcionário/colaborador – são muito maiores as vantagens. Os governos brasileiros consideram os empresários vilões (como explica Stephen Kanitz), por aferirem lucro, mas, por outro lado geram empregos, que geram receita e renda, que contribuem para o PIB (não necessariamente a melhor/única forma de se ver o desempenho de uma economia), que colabora com o pagamento do incentivos fiscais dados (redução de IPI, por exemplo), pagas em suaves prestações de um crédito facilitado, que gera endividamento e inadimplência e, consequentemente, perda do bem.

A (re)formatação a que nos referimos é uma completa e irrestrita verificação de burocracias, leis, constituição (principalmente), códigos e etc, que com o tempo foram amarrando as mãos, os braços, as pernas e, principalmente, a cabeça dos empresários e administradores.

Vamos lá, iniciemos um movimento pela reformatação do Brasil – é para o bem de todos.

Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.

Até a próxima.