Definição de Valor

A definição de valor é muito banalizada, principalmente pelos mecanismos de imprensa que deturpam o termo, vinculando-o ou atribuindo-o o peso de preço.

No marketing valor é muito mais importante do que preço, pois infere os benefícios percebidos pelo cliente ao adquirir a sua oferta.

Para dizer em poucas palavras, preço é o que se paga e valor é o que se compra.

Valor é o que você entrega para o seu cliente e/ou consumidor. É o diferencial que a sua oferta agrega de diferente que os seus concorrentes. São os benefícios percebidos.

Valor é o resultado da soma de exclusividade com qualidade percebida.

Para você adicionar VALOR a um produto (o tão falado “agregar valor”), você precisa pensar na ampliação da sua oferta em termos de benefícios para o seu cliente. É voltar para a prancheta e procurar, atentamente, formas de transformar o benefício chave da sua oferta em soluções para o seu cliente.

Reparem que estou falando em ofertas, não em produtos, para evitar a associação direta com bens tangíveis. O próprio conceito de marketing não trata mais de produtos e, sim, de ofertas.

OK, professor, até entendi. Mas dá para explicar um pouco mais essa história de benefícios e custos?

Vamos lá. Para adicionar valor à sua oferta, é preciso que as pessoas enxerguem/percebam benefícios nelas.

Os principais benefícios que devem ser considerados no desenvolvimento de qualquer oferta são:

  • O pessoal (o que foi adquirido faz bem para mim)
  • O social (entre os meus pares possuir isso me destaca ou me coloca no mesmo nível)
  • O funcional (essa aquisição funciona para mim e para o que foi feita)
  • Os experienciais ou sensoriais (relacionados com os sentidos – tato, olfato, paladar, audição e visual).

Em contrapartida, os custos são:

  • O monetário (dinheiro despendido)
  • O temporal (tempo de espera)
  • O físico (esforço)
  • O psicológico (incertezas)

Mais uma pergunta: produtos de maior valor podem ter preço maior?

Essa é uma pergunta capciosa, no mínimo.

Como valor é algo definido por quem adquire e não por quem oferece, é uma questão muito subjetiva.

Em termos genéricos, SIM. Produtos que conseguem mesclar qualidade percebida com exclusividade (como a maioria das grifes famosas), SIM. O valor simbólico das marcas é convertido em preços mais elevados.

Mas, porque eu disse que é uma pergunta capciosa? Pois como é uma decisão subjetiva de quem adquire, é necessário observar o nível da necessidade que está sendo atendida – no mínimo.

Se o cidadão está com fome (necessidade básica), com sua família passando fome, o mais barato pacote de arroz do supermercado tem um valor inestimável para ele. É o mais importante bem que ele possuirá naquele instante, tal como na história do pequeno menino que queria comprar um colar para a sua mãe, que diz mais ou menos assim:

Um menino queria comprar um colar para a sua mãe. Entrou na loja e conversou com o vendedor, entregando-lhe todas as suas economias. O vendedor, sabendo dos percalços financeiros da família, vendeu o colar para o menino e a mãe, muito honesta, levou-o de volta ao vendedor, sabendo do seu preço. O vendedor então disse que o menino havia pago o colar, no que a mãe retrucou: “com que dinheiro?”. A esse questionamento, o vendedor respondeu: “Ele pagou com tudo o que ele tinha.”

É uma fábula, um conto, mas ilustra a questão de valor e preço.

Uma última pergunta sobre a definição de valor, professor: há coisas valiosas que têm preço baixo?

Posso dizer, categoricamente, que sim. Existem coisas que são gratuitas (inclusive) e muito valiosas. Coisas para as quais, muitas vezes, não damos o devido valor.

Querem alguns exemplos? Ei-los:

  • A risada de uma criança feliz
  • O choro do seu filho ao nascer
  • Um beijo da pessoa amada
  • Um passeio na natureza
  • O ar que respiramos

Como podem perceber, a definição de valor não necessariamente está atrelada a preço.

Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.