Antes que me perguntem a resposta é NÃO. Nunca trabalhei no exterior, mas posso orientar em alguns pontos sobre trabalhar no exterior.
Faço este post como um alerta aos que procuram (ou procurarão) uma oportunidade de trabalho no exterior, baseado em alarmantes chamadas de reportagens da mídia nacional que podem levar a um grande erro.
Vagas de emprego no exterior, por exemplo, para fisioterapeutas (link disponível AQUI) estão por toda a internet, prometendo salários grandes (R$ 34mil/mês), para o padrão brasileiro.
Cai na armadilha quem não faz a conta do modo correto, quem se deixa iludir pela conversão rápida da moeda em que receberá seus salários para o Real.
A pessoa que optar por esta vida, por esta empreitada, por esta condição profissional, mudará de vida.
Mudará para a Austrália (no caso desta oferta em particular), trabalhará na Austrália, comerá na Austrália, viverá na Austrália. E pagará na moeda australiana, o Dólar Australiano (AUD).
Não pagará suas contas em Real (BRL). O problema é que a notícia se apoia neste valor em BRL e se esquece que a vida lá é vivida em AUD.
O salário do candidato não será (neste exemplo) de 34 mil AUD, que é onde ele viverá e passará seus dias.
O que o candidato deve fazer: analisar se o provento mensal na moeda DAQUELE país para onde pleiteará a posição profissional (minimamente) condiz com a realidade que ele espera ter. Se o custo de vida daquele país cabe naquele dinheiro, naquela moeda que ele receberá mensalmente.
Sobre trabalhar no exterior, também deve ser levado em consideração: aluguel, transporte, alimentação, entretenimento, saídas… tudo o que você consome aqui durante um mês e, então, procure o custo disto tudo lá onde você pretende morar. E, então, averigue se cabe no orçamento em questão.
Sugiro, também, considerar as questões legais trabalhistas e fiscais do país para onde pensa em se mudar. Quais são os trâmites, índices e porcentagens de impostos e como são as bonificações pelo trabalho. Alguns países não possuem férias pagas, não pagam 13º salário, não pagam 1/3 de adicional de férias. Países diferentes, leis diferentes.
Uma outra sugestão é que o interessado na vaga faça o cálculo inverso: calcule qual será o rendimento dele naquela moeda, por exemplo 12 mil AUD (aproximadamente) e analise se consegue manter seu padrão de vida com esse dinheiro – 12 mil dinheiros (ou 12 mil BRL).
Como experiência, de curto prazo, considero a empreitada válida. Como projeto de vida, esta empreitada demanda maior planejamento e análise. Cuidado com as decisões afoitas e quentes.
A mesma metodologia serve para comparar custos de vida. Com o X dinheiros que algo custa em outro país, com relação ao rendimento médio das pessoas daquele país (% do salário), consegue-se comprar a mesma coisa em outro país? Quer dizer, a mesma quantidade gasta com relação ao rendimento, tem-se o mesmo produto nos países? Qual é o mais caro?
É importante sempre pensar antes de agir e emitir um parecer favorável ou contrário à certa questão.
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