Uma breve aula sobre lucro

Uma breve aula sobre lucroEste é o terceira terceira postagem da série, que teve origem em uma discussão nos comentários do anterior. Neste, faço uma breve aula sobre lucro, este “vilão” do sistema capitalista.

Nesta postagem, a pessoa dizia que a única intenção da empresa é “explorar e expropriar” o trabalhador, em troca de um “pagamento mínimo”, tudo em nome do “sistema capitalista”.

Claro, as ideias da pessoa eram tiradas das “cartilhas” de Karl Marx que já foram refutadas e nem mais deveriam servir como sustentação para qualquer argumentação, pois foram escritas, praticamente, em paralelo com a Revolução Industrial.

Porém, ao longo do tempo, a Revolução Industrial mostrou-se positiva, trazendo benefícios para os trabalhadores, como a jornada de trabalho, os direitos trabalhistas e a própria evolução científica e técnica, que garantiu melhores condições de vida e saúde para todos, como narra Eric Hobsbawm, um escritor tido como marxista.

E o lucro? O lucro é o pagamento pelo investimento que empresários, sócios e acionistas fazem naquela empresa, naquele empreendimento, mais os riscos que correm.

A empresa criada é um investimento em resultados futuros.

Empresários trabalham 24 horas por dia, 7 dias da semana. Não têm folga, não têm salários, garantias ou benefícios. Estão sempre preocupados, tal como o palhaço que ri por fora, mas chora por dentro.

Cada posição profissional criada por estes empresários é um investimento (financeiro, estrutural e temporal) que deve ser revertido em resultado para a empresa.

Tenha consciência, você está ali para dar lucro para a empresa, para colaborar com o resultado financeiro dela, do qual você fica com uma parte. E quanto melhor você desempenhar suas funções, mais reconhecimento terá. E, se não der resultado…

E há riscos. Risco de o negócio não dar certo e não reaver o capital investido, risco de contratar o profissional errado, risco de inadimplência, risco de intempéries várias, risco de processos trabalhistas… É uma lista infindável.

Além disso, quando a empresa entra em falência, funcionários, fornecedores e demais credores têm seus direitos resguardados. Coisa que não acontece com os investidores (empresários, sócios e acionistas).

Se a empresa não tem fins lucrativos, esse excedente retorna em forma de investimento na própria organização, para criar mais postos de trabalho, para ter ainda melhores resultados e garantir a manutenção do ciclo virtuoso.

Muito longe de ser uma questão de mais-valia, nos moldes defendidos por Karl Marx.

“As empresas só pensam em ganhar cada vez mais dinheiro”.

Que bom, pois para ganhar mais dinheiro, precisa vender mais e, para isso, precisa produzir mais, usar mais matéria-prima, contratar mais pessoas, ampliar seu parque fabril, e, por consequência, deve pagar mais impostos. Em suma, alimentar a economia, garantir que a roda da fortuna gire, favorecendo a todos.

Aliás, o maior risco e principal “sócio” da empresa é o governo, que sem fazer nada, fica com significante parcela do que a empresa fatura. Em 2021, a média da carga tributária brasileira era de 33,9%.

Então, se você se sente “explorado e expropriado” pelo seu contratante, recebendo “o mínimo” pelo o seu trabalho, sugiro que peça demissão e procure outra “vaga”. Mas cuidado, o “sistema” pode não lhe considerar tão importante em outros locais e você ser “descartado”.

 

Este é um texto opinativo.

Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.

Share and Enjoy !

Shares