Um tema sempre delicado e espinhoso para se tratar é o lucro. Parece que lucro é coisa ruim, mas, em meu entendimento, é o pagamento pelo risco assumido pelo empresário (e sócios) e, também, o reconhecimento pela excelência do trabalho prestado.
Algumas empresas não aferem lucros, por serem organizações sem fundo lucrativo, mas isso não quer dizer que seus preços devem, necessariamente, ser baixos. Podem, inclusive, ter preços mais altos que empresas com fins lucrativos, mas utilizam esse capital extra para reinvestimento, manutenção ou apoio a causas que a popularizam e trazem reconhecimento.
Quando a empresa possui fins lucrativos, o que vale é a vontade dos sócios, o quanto eles querem (ou gostariam) que seu capital rende-se durante um período de tempo (mês, ano, década, etc.).
E, você deve estar se perguntando, quanto é um lucro bom a ser conseguido pela empresa?
E a resposta é: depende. Depende, principalmente, do mercado em que a empresa está inserida, na estratégia de conquista de clientes que ela adota, no posicionamento da marca, e na percepção de custo de oportunidade que os sócios possuem.
Lembro que, atualmente, o lucro é, praticamente, a única variável em que se pode alterar um preço de produto, pois os outros (mão-de-obra e matéria-prima, principalmente) possuem seu valor “tabelado” pelo mercado, sendo cada vez mais difícil a economia de escala por parte da empresa.
E, entre lucro e ganância há uma tênue linha, que facilmente é ultrapassada. Estamos vivendo uma época de extrema ganância, tanto por parte de empresários, quanto por parte do governo, o principal “sócio” das empresas que, sem esforço ou retorno algum, abocanha, em média, 40% do faturamento das empresas.
Estamos com uma participação, em nossas empresas, por parte do governo, similares às praticadas na China, porém sem a contrapartida que aquele governo oferece aos empresários locais, principalmente no quesito infraestrutura.
Em parte, a culpa é nossa – agora me colocando no papel de consumidor – que pagamos os altos preços cobrados por produtos e serviços (incluindo, aqui, os impostos), muito provavelmente, devido a sequelas psíquicas do período inflacionário e de instabilidade financeiro-monetária que vivemos até recentemente, em que era normal pagarmos um preço pela manhã e pela tarde, outro (a maior, claro).
Por isso, é importante pesquisar, comparar, equacionar custos e benefícios e outras questões na hora de uma compra, praticar o consumo inteligente e sustentável, para, principalmente, evitar a sensação de estarmos sendo enganados ou pagando o preço errado (a mais) pelo produto/serviço que adquirimos.
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