Empresas são organizações formais, são fenômenos sociais, onde interagem pessoas em prol de um fim comum e, devido a estas características, uma das principais lentes de análise destas é a sociologia, porém não a única e, entre elas, existem ainda as abordagens que o pesquisador dá ao tema em estudo. A união destas duas vertentes (campos e abordagens) cria um universo diverso e variado de análises possíveis em uma organização.
Algumas das razões para se estudar as organizações são:
- A elas estamos relacionados direta ou indiretamente;
- A conquista de benefícios (através da pesquisa) para planejar mais eficazmente as mudanças de estrutura das organizações;
- O acúmulo de conhecimento teórico acerca das organizações;
- A utilização de um resultado encontrado em outra situação, mesmo em ambientes não-organizacionais; e
- A melhoria dos comportamentos individuais.
As análises podem ser realizadas em diferentes níveis:
- O indivíduo:onde se busca descrever os inter-relacionamentos dos fatores psicológicos e os papéis de trabalho bem como a personalidade e implicações desta no comportamento dos trabalhadores em ambientes específicos.
- O pequeno grupo de trabalho: voltado para o exame da coesão do grupo ou como estes grupos de formam e se comportam em determinados ambientes, em busca de interesses mútuos; e
- A organização formal: além dos indivíduos e dos grupos que as compõem, as organizações também possuem características próprias diversas umas das outras, que podem ser comparadas de acordo com as especificidades comuns a todas, como por exemplo, a tomada de decisões, especialização das tarefas, centralização da autoridade e a complexidade funcional dos inter-relacionamentos de tarefa.
O estudo das organizações está baseado e tem como resultado, teorias organizacionais, que, por sua vez, são conjuntos interligados de pressupostos (generalizações empíricas ou regularidades observáveis no comportamento humano) e/ou proposições (reflexos experimentais do mundo real) que estão “relacionados de tal modo que expliquem e prevejam relações entre duas ou mais variáveis”. (p. 9)
Muitos confundem teorias organizacionais e modelos organizacionais. As teorias, segundo Rubbenstein e Haberstroh (1966) podem ser ligadas hipóteses empíricas, podendo ser confirmadas ou refutadas através de experimentos. Os modelos, por sua vez, possuem sua estruturação de tal modo “que suas premissas são interpretadas e suas conclusões são suas consequências lógicas” (RUBBENSTEIN e HABERSTROH (1966, p. 18).
Uma das limitações da teoria é a dificuldade em se replicar os resultados, confirmando-os ou não. Os modelos, por sua vez, promovem o direcionamento das atenções para as áreas da organização, permitem a compreensão das diferentes dimensões dos problemas das organizações.
Desta forma, pode-se induzir que o universo organizacional está repleto de modelos e com poucas teorias.
Esta característica dos estudos organizacionais possui funções positivas, como:
- A estruturação de componentes organizacionais que serão úteis no desenvolvimento de esquemas teóricos mais analíticos;
- A sensibilização para aspectos particulares das organizações; e
- A estruturação do pensamento sobre as organizações e a sistematização científica das nossas investigações sobre elas.
Dúvidas ou sugestões, entre em contato.
Referência
CHAMPION, Dean J. A sociologia das organizações. São Paulo: Saraiva, 1985. Cap. 1, p. 1-22.
Resumo confeccionado durante o programa de mestrado da UDESC/ESAG
Disciplina: Estudos Organizacionais
Professor: Dr. Mauricio C. Serafim