Já teorizou o estudioso Maslow, cujo estudo continua válido, que o ser humano possui uma hierarquia de necessidades que devem ser atendidas e, caso não atendidas, não se passa a uma nova “fase” da vida.
A mais básicas das necessidades de Maslow é a segurança. Seja um local para viver para alguns ou a estabilidade financeira para outras, todos possuem seu calcanhar de Aquiles no que tange à segurança.
Alguns possuem apego a emprego ou um relacionamento, considerando este um porto seguro para sua vida, forçando sua permanência em uma situação, por vezes, instável e onerosa (psicologicamente falando) com medo de mudar, medo de sair de sua zona de conforto.
Para estas pessoas, falta planejamento, visão de futuro e observação ao cenário à sua volta e o quanto ele está mudando.
O ser humano tende a mudar somente depois que algo lhe impacta profundamente, exigindo uma reformulação drástica no modus operandi do cidadão em questão.
O mesmo vale para as empresas, onde impera a tal “cultura organizacional”, o “sempre foi feito assim”.
Empresas, pior do que pessoas, são um acúmulo de decisões, que dependem de outra hierarquia, a de cargos, onde pessoas são superiores ou subalternos e, até que as decisões sejam tomadas, o “telefone sem fio” e o “rádio peão” desvirtuam a informação.
Isso acontece, principalmente, nas empresas que estão em sua Zona de Conforto própria. Se pensarmos em consideração ao ciclo de vida, estão em fase de maturidade, com baixo crescimento (verdadeiras vacas Leiteiras, em uma análise BCG), mas grande participação no mercado. Têm medo de investir para não prejudicar os lucros, medo de mudar para não machucar os envolvidos.
São empresas em que, só de se cogitar em realizar um planejamento estratégico, muitas pessoas da liderança já começam a sentir urticárias. É doloroso, pois pensar é doloroso. Encarar os problemas de uma empresa em que tudo parece perfeito é doloroso. Ouvir duras verdades sobre a casa de palha que se criou é cruel para o sentimento, depois de tanto esforço em se criar esta empresa.
Porém, fica um aviso: o quanto antes se iniciar este processo, melhor para a empresa, mais saudável para a organização. Duras verdades geram grandes motivações para a mudança. Mexem com o conforto das pessoas e elas veem que estão sentadas em ovos e, qualquer movimento, pode quebra-los.
Os que se sentirem demasiado incomodados, tendem a mudar (para melhor ou para outra empresa). Os líderes tendem a gostar do resultado. Mas, não é um trabalho fácil. É preciso persistência, sagacidade, teimosia e coragem.
Muitos dos objetivos dos primeiros planejamentos não serão executados, faltam outras prioridades serem atendidas, a empresa não está preparada. Mas, depois dos ajustes e, com o passar o tempo, a tendência é incutir nas pessoas o sentimento de incômodo com a Zona de Conforto, a necessidade, o espírito da mudança constante. Este é o melhor resultado que uma filosofia de planejamento estratégico pode trazer às organizações e, às pessoas.
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Publicado originalmente no Farol Comunitário