Muitas empresas despendem recursos no desenvolvimento de uma missão pasteurizada, que não desafia nem orienta os funcionários
É ótimo ver nas empresas os lindos quadros que adornam suas recepções, envoltos – na maioria dos casos – por ricas molduras, geralmente douradas. Usualmente, estas missões usam termos pomposos, cultos, e respondem, meticulosamente, o que a empresa faz. E aí que está um grande problema. São, em grande parte, textos longos, difíceis de memorizar e, por isso, difíceis de colocar em prática.
A título de exemplo, vejamos a missão de um dos maiores grupos financeiros do Brasil, o Bradesco:
Fornecer soluções, produtos e serviços financeiros e de seguros com agilidade e competência por meio da inclusão bancária e da promoção da mobilidade social, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a construção de relacionamentos duradouros para a criação de valor aos acionistas e a toda a sociedade.
Outra empresa, listada na Bolsa, a Wiest, do ramo de peças automotivas, possui a seguinte visão, que também ilustra nosso ponto:
Oferecer soluções tubulares para o mercado industrial, automotivo e de reposição, excedendo a expectativa dos clientes e assegurando a satisfação dos acionistas, dos colaboradores e da comunidade.
E, na linha das empresas públicas, vejamos o exemplo da Petrobras:
Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.
Os exemplos acima, são longos, de difícil memorização e, certamente, aplicação plena. A mensagem deve ser direta, de fácil memorização, que, em poucas palavras, passe a qualquer pessoa, o que a empresa faz e, pelo fácil entendimento de sua mensagem, foco na aplicação e no sentido da empresa. Vejamos, por exemplo, a missão do Wal-Mart, gigante multinacional do varejo:
Our mission is to save people money so they can leave better
(Nossa missão é economizar o dinheiro das pessoas para que elas possam viver melhor)
Um outro exemplo, de outra área de atuação, a Vale, do ramo de mineração:
Transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável
E o da Disney, então, incomparável:
To make people happy
(Fazer as pessoas felizes)
E, sobre este, podemos ilustrar com alguns exemplos sua aplicação. Por exemplo, a Disney não possui funcionário, possui ELENCO. E, como em qualquer filme ou desenho animado, o ELENCO possui PAPÉIS e sua vestimenta é um FIGURINO. Quer dizer, foram abolidos os “cargos” e os “uniformes”. E todos trabalham para consumar a missão da empresa, fazer as pessoas felizes.
Funcionários, desculpem, o Elenco desenvolve soluções inteligentes para ajudar os clientes, resolver seus problemas, compreender suas necessidades, além de ouvir e entender.
Óbvio que a Disney é um exemplo à parte nesta questão, mas é um benchmark, um exemplo a ser seguido e buscado, o estado da arte na questão de Missão Empresarial e sua aplicação.
Assim, fuja das missões pasteurizadas, que somente ilustram recepções empresariais, para fazer bonito aos visitantes. Faça bonito aos seus clientes, que são o que realmente importa ao seu negócio.
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Até a próxima.