As organizações são estudadas, principalmente, por dois fatores: por ser um fator predominante na sociedade contemporânea e por que as organizações impactam na vida das pessoas.
As organizações existem para que as coisas sejam feitas, principalmente para que as tarefas que os indivíduos não podem realizar isoladamente sejam realizadas.
Este aglomero de indivíduos nas organizações tem sido foco de diversos estudos organizacionais, com enfoque direcionado a como os indivíduos reagem na condição de empregados de organizações e suas principais tendências, entre as quais se destacam:
- O crescimento do trabalho temporário e em meio período;
- O crescente número de pessoas que trabalham a distância;
- A mudança da discriminação da variável gênero para educação;
- A diminuição do trabalho industrial e aumento da prestação de serviços;
- Aumento da diversidade das equipes de trabalho.
As análises organizacionais – e por consequência, dos indivíduos nas organizações – deve considerar a lente deste relacionamento empresa x indivíduo bem como os fatores econômicos.
O pesquisador organizacional deve atentar para o aspecto de que organizações e indivíduos mantém relações recíprocas e complexas. Enquanto algumas adotam políticas e programas de relacionamento com os trabalhadores, outras são resistentes à adoção de tais práticas.
Com relação aos impactos que as organizações (tanto as privadas quanto as públicas) promovem, eles podem ser positivos ou negativos e podem afetar tanto a comunidade quanto o indivíduo. Da mesma forma, as organizações podem ser tanto sujeito quanto objeto de acidentes.
Como as organizações são um sistema social e participam de um de proporções mais amplas, sua perspectiva e tendência às mudanças afetam e contribuem com as mudanças ocorridas neste ambiente.
Existem organizações altamente propícias à mudança organizacional e, da mesma forma, são agentes da mudança, são sistemas mais abertos e, como consequência, sujeito e objeto das mudanças ocorridas.
É importante ressaltar que as organizações, mesmo as que ativamente proporcionam as mudanças, resistirão a novas mudanças após realizada a mudança desejada.
Por outro lado, existem as organizações que são opositoras às mudanças, pois por sua natureza, elas são conservadoras. Devido à essa característica nota-se a dificuldade na adoção de novas políticas governamentais e aplicação dos programas de governos sinalizados durante a campanha, principalmente quando ocorre a alternância no poder.
Após definir organizações e indicar que as organizações possuem realidades próprias, a última finalidade do estudo das organizações é diferenciar ou classificá-las.
Para Weber, as organizações são grupos corporativos, que envolvem relações sociais fechadas ou limitantes à admissão de novos membros, com o suporte de regras, “até o ponto em que sua ordem seja imposta pela ação de indivíduos específicos que ocupam essa função usual de um chefe ou ‘superior’ e, usualmente, também uma equipe administrativa”. (Weber, 1947, pp. 145-146).
Na visão de Barnard, as organizações são sistemas “de atividades ou forças coordenadas conscientemente, envolvendo duas u mais pessoas” (Barnard, 1938, p. 73) e enfatiza o papel do indivíduo, que precisam comunicar-se, ser motivados e tomar decisões.
Há, ainda, as versões da definição de organização que enfocam no termo “metas”, para o qual existem pontos importantes a considerar:
- Muitas coisas que não têm nada que ver com metas acontecem em uma organização;
- As metas podem ser consideradas como concretizações ou algo que “possui uma existência e um comportamento independentes do comportamento de seus membros”;
- Ao utilizar o termo “metas”, no plural, deduz-se que as organizações possuem diversas metas, que, geralmente, são contraditórias; e
- As metas estão no centro de toda a análise organizacional, são elas que direcionam a liderança, a tomada de decisão, normas de comunicação e todo campo de análise organizacional, que não serão entendidas caso não se considerem as metas.
Outra questão a ser considerada na definição das organizações são seus limites, podendo ser bem delimitadas em alguns casos e, em outros, é praticamente impossível determiná-los.
Com estes aspectos em consideração, conclui-se que uma definição de organização plausível para o momento atual, qual seja:
“Uma organização é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa (regras), níveis de autoridade (hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos membros (procedimentos); essa coletividade existe em uma base relativamente contínua, está inserida em um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se encontram relacionadas a um conjunto de metas; as atividades acarretam consequências para os membros da organização, para a própria organização e para a sociedade”.
Se há uma análise difícil a ser realizada com relação às organizações é quanto à sua tipificação, à separação de organizações em grupos. Diversas formas já foram utilizadas, sendo algumas consideradas internacionalmente como válidas, porém todas com vantagens e desvantagens.
Em síntese, para classificar as organizações em grupos, devem ser consideradas as seguintes variáveis: o tamanho da empresa; a medida em que a empresa é pública; o grau em que a organização é democrática; e o grau de poder do mercado ou o domínio ambiental que uma organização possui.
Dúvidas ou sugestões, entre em contato.
Referência
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. 8.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Caps. 1 e 2, p. 1-43.
Resumo confeccionado durante o programa de mestrado da UDESC/ESAG
Disciplina: Estudos Organizacionais
Professor: Dr. Mauricio C. Serafim