O que é teoria da organização?

Ann L. Cunliff

Ann L. Cunliff

O estudo da teoria das organizações e a provável criação de conceitos possui diversas características as quais o cientista ou pesquisador em administrador deve estar atento ao elaborar seus experimentos.

A primeira questão a ser observada pelo pesquisador, é a sua perspectiva de análise, podendo ser ela modernista, simbólica ou pós-modernista. Se modernista, estará fixado em valores, estudos empíricos e matemáticos, bem como aos cinco sentidos. Caso sua perspectiva seja a simbólica, ele analisará aspectos externos aos sentidos, como intuição e sensações. Por sua vez, as análises realizadas pelos cientistas da perspectiva pós-modernista não buscam necessariamente a verdade – nos sentidos ontológicos e epistemológicos como as outras duas perspectivas, evitando emitir pareceres determinísticos, evitando o prevalecimento de uma determinada classe.

Mary Jo Hatch

Mary Jo Hatch

Como dito acima, outras duas questões que devem ser levadas em consideração pelo pesquisador são e ontologia e a epistemologia do estudo a ser conduzido. A ontologia é o sentimento de realidade por trás do estudo e a epistemologia, a ciência por trás do estudo a ser realizado.

Analisadas e consolidadas as diretrizes anteriores (perspectiva, ontologia e epistemologia), o resultado da pesquisa organizacional são teorias (ou conjuntos de conceitos) pois de fenômenos são demasiadamente complexos para serem convertidos em fórmulas matemáticas determinísticas, principalmente quando se analisam comportamentos humanos, notoriamente imprevisíveis.

Para que os estudos organizacionais tenham sentido na coletividade acadêmica, o pesquisador deve ser um construtor de conceitos. Conceitos são ideias formadas através do processo de abstração e desenvolvem categorias mentais para a separação, organização e armazenagem do conhecimento. Quanto mais contato com conceitos um pesquisador possui, maior é sua capacidade de fazer as conexões entre eles, gerando novas análises, conhecimentos e conceitos, o “juntar os pontos” se torna mais fácil e dedutivo.

Outro fator positivo das abstrações é a sua capacidade de auxiliar o pesquisador a entender aspectos gerais de fenômenos complexos, possibilitando enxergar os acontecimentos do dia-a-dia em uma perspectiva mais ampla.

Como cada pesquisador – e cada organização – possui suas peculiaridades, a análise dos fenômenos organizacionais também possui múltiplas perspectivas, muitas vezes ligadas aos conceitos e teorias previamente desenvolvidos ou conhecidos, que dão ao pesquisador ferramentas e abordagens mais seguras para analisar um determinado assunto ou fenômeno.

Isso devido, principalmente, a três fatores: (a) as organizações atuarem em cenários incertos, complexos e contraditórios; (b) muitas questões éticas foram levantadas na questão da administração empresarial após os últimos escândalos; e (c) ao saber teorizar e entender como as pessoas entendem os processos organizacionais, o pesquisador é sempre uma peça necessária – e importante – às organizações.

Dúvidas ou sugestões, entre em contato.


Referência

HATCH, Mary Jo; CUNLIFF, Ann L. What is organization theory? In: ________ Organization Theory. 2nd ed. Oxford University Press, 2006, Cap. 1.


Resumo confeccionado durante o programa de mestrado da UDESC/ESAG

Disciplina: Estudos Organizacionais
Professor: Dr. Mauricio C. Serafim

 

 

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