Uma nova “estratégia” publicitária parece estar sendo adotada pelos departamentos de criação Brasil afora. As agências publicitárias, sempre, querem que seu cliente ou o produto que elas representam apareça. Então, adotar a filosofia/estratégia do “Falem bem ou falem mal, mas falem de mim” parece ser a tônica nos escritórios e departamentos de criação das agências atualmente.
Parece que, em prol da “viralização” dos anúncios, está-se optando por criar peças publicitárias essencialmente ofensivas a um determinado público ou parte da população.
As imagens ilustram os casos mais recentes deste tipo de criação publicitária.
Não posso dizer se com ou sem propósito, as agências de publicidade conseguiram o que queriam – a exposição do anunciante -, de uma forma diferente.
Como as pessoas se revoltam com o conteúdo da peça publicitária, elas acabam propagando a mensagem do anunciante nas redes sociais (que são rodas de amigos potencializadas), que, por concordarem ou discordarem da opinião inicial, acabam por fazer o mesmo.
Essa opinião, captada pelos meios e veículos de notícias (sempre sedentos), acaba por gerar conteúdo para seus portais e notícias, reforçando a marca, revertendo em “mídia espontânea” para a marca anunciante.
A publicidade brasileira, que já foi considerada uma das mais criativas do mundo, que se apoiava em humor (Brahma, Brastemp), romantismo (Valisére) e fatos cotidianos, está se tornando mera geradora de impacto, lacradora, defensora de slogans, sem saber se o impacto da adoção destas medidas está sendo (ou será) positivo ou negativo para a marca anunciante, partindo do princípio que todo impacto é positivo e gera “recall” de marca. Será? Lembrando dos custos de criação, produção, reserva de mídia e outros envolvidos no processo de comunicação destas empresas.
Alguns dos comerciais que ilustram esse post foram tirados do ar, alguns por aclamação pública e outros por intervenção do CONAR (Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária), devido à denúncias feitas por partes ofendidas.
O que fica para reflexão é o seguinte: como proceder quando nos sentimos indignados e/ou ofendidos por um material publicitário? Compartilhar nas redes sociais, sendo que, em muitos casos as pessoas não leem o que você escreve sobre o assunto, mas clicam no vídeo ou apelar para os órgãos/instituições “competentes”?
O compartilhar gera visualização da marca, que é o que tanto agência de publicidade quanto anunciante querem. Pode-se conseguir, com uma campanha e um dia de exibição da peça publicitária online, o mesmo que toda a programação de mídia preparada para a exibição no meio fim (TV, revista, rádio, etc.). A instituição ou órgão competente pode demorar a solicitar a retirada do ar da campanha, que acaba gerando ainda mais descontentamento por parte do público ofendido, o que mostra que adotar uma nova estratégia publicitária nem sempre rende frutos positivos.
E o que leva as pessoas a se ofenderem tanto? O brasileiro não era tão tolerante a tudo e a todos? Uma parte da resposta pode ser dada pelo discurso do “politicamente correto” e das minorias, que passou a dominar a mente das pessoas, gerando ofensas em várias frentes, um mimimi – por vezes – descabido.
Por outro lado, a conscientização de que nem sempre o discurso apoiado em apelos ultrapassados pode empurrar um produto goela abaixo da população.
Se quer uma dica de como proceder, apele à sua consciência. Se você quer que aquela mensagem se alastre pela internet e redes sociais, divulgue, compartilhe. Se não, entre em contato com os órgãos competentes, com a empresa e emita seu descontentamento para as partes a quem compete.
Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.