Há algum tempo venho pensando em escrever esse texto, em que convido os leitores a repensar o Brasil.
Acabamos de passar pelo primeiro turno das eleições majoritárias de 2022 e, como resultado, haverá um segundo turno, entre os dois candidatos mais bem votados.
Tudo correndo dentro de adequada normalidade, porém o que me incomoda – e para isso convido os leitores – a fazer uma reflexão.
Quais propostas estes dois senhores apresentaram para o Brasil? Ou será que, novamente, se votará neste para que aquele não ganhe? Aquela coisa de votar no “menos pior”, seja quem for, mesmo que não tenha propostas.
É imperativo que saiamos do discurso e das “análises” de pesquisas eleitorais sobre quem está em primeiro ou em segundo, para averiguar e analisar quem tem as melhores propostas, é preciso sair deste clima de torcida, de Fla x Flu, e passar para um nível superior, propositivo, principalmente com auxílio da imprensa.
Se assim o fosse, quem sabe estes dois senhores que ora chegam ao segundo turno nem estariam disputando.
Há algum tempo escrevi um texto sobre o Brasil ser um país soluçante, não por ter soluções, mas por viver em soluços, de planos de governo, não havendo um plano de país.
Desta feita, convido a repensar o Brasil.
Primeira coisa a se fazer é observar o que outros países fizeram de diferente para se destacarem mundialmente, reconhecer que estamos errados e que outros (países, governantes, gestores) estão fazendo coisas certas.
Minha conclusão, depois de observar o que ocorreu nos chamados Tigres Asiáticos, com países de todos os tamanhos, é haver um projeto de país, um planejamento de longo prazo de obras e ações a serem realizadas.
E, para que esse planejamento funcione, será preciso pensar o Brasil como um todo e em suas partes.
Será preciso certo “desapego” da população e, principalmente, dos políticos pela execução de obras em seus domicílios eleitorais, é preciso o entendimento de que o Brasil é uma República Federativa, isto é, o todo é mais importante do que as partes.
Será importante a mudança mental das pessoas, para que se perceba que no momento X, é mais importante a obra Y, mesmo que em outra região do país.
O Brasil é um país muito grande, com grandes problemas em muitas de suas regiões. E, é preciso que ele cresça como um todo, que ele avance como um todo. Atualmente só não há solução para a má vontade, principalmente a política.
Por haver muitos problemas em muitas regiões, dispersa-se o esforço, aumenta-se a possibilidade de corrupção, as pessoas não sabem o que está acontecendo e o que se está fazendo. São licitações, concorrências, processos e dinheiro correndo solto de mão em mão, de bolso em bolso, de mala em mala, sem falar nas roupas íntimas.
Desta feita, o presidente do país seria o orquestrador dos recursos, os deputados, os fiscalizadores da condução do plano, os senadores, os planejadores das ações futuras, bem como das corretivas e preventivas necessárias.
Tal como em uma empresa, o nível estratégico e o nível tático. O operacional é local, pontual, de acordo com a necessidade do projeto em questão.
Não é possível que obras levem infindáveis anos para serem concluídas, é inadmissível que rodovias demorem 30, 40, 50 anos para serem duplicadas, bem como o é que não se tenha um plano de contenção de cheias ou deslizamentos no Brasil ou de abastecimento de recursos hídricos para as regiões mais secas.
Isso sem falar em reserva energética, em transporte público e em diversas outras áreas, sendo que nem mencionei ainda a questão do ensino.
Mas assim haverá muita corrupção, haverá muita ladroeira…
É aí que entra o povo e a tal democracia.
Periodicamente, um processo de avaliação do governo como um todo. Da condução do processo, um referendo se os envolvidos continuam ou são retirados.
Um processo simples, direto, sem propaganda eleitoral, sem disputa, só uma avaliação se o plano está sendo conduzido a contento ou não, realizado pelos principais interessados (ou stakeholders), o próprio povo.
Com a concentração dos esforços, as obras ficam prontas mais rapidamente, as soluções chegam rápido para quem mais precisa. E, desta forma, o Brasil torna-se competitivo, os olhos do mundo voltam a olhar para este país.
Sim, como tudo o mais, é complexo repensar o Brasil. É preciso desprendimento, é preciso união, é preciso planejamento, organização, direção e controle.
Por isso, é necessário que nossos políticos tenham formação, tenham capacidade para ocupar tais cargos e realizar as funções a eles determinadas.
Mas uma pergunta que fica é: quanto tempo se levaria para realizar essas mudanças?
Aí entra a questão da vontade, principalmente, a política. O que não dá é para continuar do jeito que está: andando para trás.
O Brasil, como país, não anda, rasteja.
Como sociedade, está em frangalhos.
Como projeto, inexistente.
O Brasil está desindustrializado, tem sua economia baseado em atividades primárias e tem rompantes de sucesso aqui e acolá. Isso tem que mudar. Isso pode mudar.
Então, volto a perguntar: vamos repensar o Brasil?
Se você tiver alguma sugestão, opinião ou dúvida, você pode entrar em contato pelo formulário de contato, pelo WhatsApp ou enviar um e-mail diretamente para site@marciokarsten.pro.br.
Muito bom o seu texto. Descreveu tudo quando menciona que ao votarmos buscamos a não eleição do mais pior.
Parabéns
Obrigado, Carla.
como ja afirmou o economista Milton Friedman, “um dos maiores erros que existem é julgar as políticas públicas pelas intenções e não por seus resultados”. No Brasil temos um sério problema de imediatismo e ignorância em grande parte da população. “Se hoje eu puder comprar picanha e cerveja ta bom, pouco importa a próxima década”. o povo não se preocupa com juros e dívida do país, essas coisas complicadas são deixadas para os políticos.
Muito obrigado, Luiz Gustavo.