Psicologia social das organizações

Daniel Katz & Robert Kahn

Daniel Katz & Robert Kahn

Os autores iniciam sua exposição realizando uma crítica às abordagens utilizadas na compreensão das organizações que, à época, tendiam a concentrar-se em que a localização e a natureza são dadas em relação ao seu nome e suas metas.

Sobre a primeira premissa, coloca que “são estereótipos socialmente aceitos […] mas não especificam suas estruturas de desempenho de papel, sua natureza psicológica ou suas fronteiras” (p. 30) e com relação à segunda é que nem sempre os objetivos da organização são idênticos (ou minimamente parecidos) com os de seus colaboradores.

Para o autor, a análise da organização deve iniciar com os insumos, o produto e o seu funcionamento como um sistema (p. 31) caracterizando-se, assim, sistemas abertos pois a própria transação entre consumo de insumos e oferecimento de produtos ao ambiente consistem em troca entre a organização e seu meio ambiente.

Os autores sugerem, então, dois critérios para identificar sistemas sociais e determinar suas funções: “(1) traçar o padrão de intercâmbio de energia ou atividade das pessoas, à medida em que ele resulta em alguma espécie de produto, e (2) verificar como o produto é trasladado em energia que reativa o padrão” (p. 33).

Com base nesta análise e neste escopo de sistemas abertos, os autores conseguiram distinguir (identificar) nove características base:

  1. Importação de energia: o funcionamento do sistema depende do influxo contínuo de estimulação do ambiente externo;
  2. A transformação: ao criar um novo produto ou processar materiais, há alguma reorganização do insumo; um trabalho é executado no sistema;
  3. O produto: os sistemas exportam produtos para o meio ambiente;
  4. Sistemas como ciclos de eventos: a troca de energia possui um padrão de atividade cíclico, a fim de perpetuar o ciclo de atividades;
  5. Entropia negativa: a fim de sobreviver, os sistemas abertos devem mover-se, pois, ao importar mais energia de seu meio ambiente do que consome, pode armazená-la;
  6. Insumo de informação, feedback negativo e processo de codificação: não somente os insumos que contém energia são importados, mas também os de caráter informativo, proporcionando sinais e alertas ao sistema aberto;
  7. Estado firme e homeostase dinâmica: para que os sistemas abertos mantenham sua constância no intercâmbio de energia com o meio, bem como para aumentar (crescer, expandir);
  8. Diferenciação: há o deslocamento dos sistemas abertos para a diferenciação e a elaboração, através da especialização das funções;
  9. Equifinalidade: os sistemas abertos podem alcançar, de várias formas distintas, o mesmo fim, partindo de diferentes condições iniciais.

Os autores concluem a narrativa reforçando que, apesar de todo o desenvolvimento da análise das organizações e sistemas abertos, ainda há a forte concepção de organização como sistemas fechados entre diversos autores.

Dúvidas ou sugestões, entre em contato.


Referência

KATZ, Daniel; KAHN, Robert. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas, 1975. Cap. 2, p. 29-45.


Resumo confeccionado durante o programa de mestrado da UDESC/ESAG

Disciplina: Estudos Organizacionais
Professor: Dr. Mauricio C. Serafim